Conquistando Territorios

Somos um povo egípcio que já deixou sua marca por territórios sulafricanos. Agora invadimos o mundo digital para expandir nossas fronteiras do conhecimento. Do papiro à imprensa, unimos o passado ao presente, para então, prever o futuro. No Gutemblog assumimos a responsabilidade de informar. Nossas matérias têm como objetivo principal fazer um link entre as diferentes ciências, com o intuito de melhorar o compreendimento deste mundo contemporâneo, marcado pela velocidade e simultaniedade com que a informação chega. Um longo caminho foi percorrido desde a prensa de Gutemberg, até o advento da internet, mas estivemos por aqui desde muito antes dos dois.

Não subestimem o poder de uma múmia!

sábado, 14 de maio de 2011

A contradição do etanol



No Brasil, hoje, é comum falarmos de etanol como combustível. Antes era apenas um planejamento para caso houvesse escassez do petróleo no nosso país. Mas o álcool passou a ser adotado porque foi criado um programa que retivesse o petróleo para futuras gerações. Aqui, o etanol é provido da cana-de-açúcar, enquanto nos EUA é do milho e na Europa da beterraba. Mas todos tem a mesma preocupação de continuar com suas safras, para não se ter um aumento brusco do preço do petróleo nas próximas décadas. Agora, quando falamos no setor sucroalcooleiro, sabemos que ele está popularizado e crescente; para se ter uma ideia, de 1975 a 2000, foram produzidos cerca de 5,6 milhões de veículos movidos a álcool hidratado (informação de: http://republicadobrasil.blogspot.com) e em 2010, o Brasil teve sua safra recorde.
Claro que todas as informações acima comprovam claramente que o álcool usado como combustível renovável move de modo influente na economia brasileira. Mas e as entrelinhas?!

Muitos não sabem a verdadeira trajetória do combustível depositado em seus carros; seu trajeto começa pelas mãos dos trabalhadores das lavouras de cana-de-açúcar, os quais sofrem diariamente para ganharem um salário medíocre. O trabalho é tão degradante que os empregados até morrem ou desmaiam constantemente devido à fome e o cansaço que os consumiram. Sem falar do sol, onde são expostos agressivamente, causando danos na pele e desidratação.


O fato é que os assalariados fazem muito para ganharem pouco. Eles cortam diariamente 12 toneladas de cana-de-açúcar. 12 toneladas! Talvez não tenhamos muita noção de quanto esse peso significa, mas lembrando somente que um elefante adulto pesa cerca de 3 a 5 toneladas; concluímos que o que eles carregam equivale a aproximadamente 4 elefantes diários! Isso é totalmente desumano e desencadeia sérios problemas cervicais e nos joelhos. O pior de tudo é que nem acesso à comida que realmente sustente o trabalho exaustivo eles tem, o que os leva buscar energia em drogas como o crack ou a maconha. Como o ser humano foi capaz de submeter o outro a tantos problemas por tão pouco?



O problema está totalmente relacionado ao sindicado, que são ineficientes em relação às reinvindicações dos trabalhadores: quando pediam melhores condições, o sindicato punia demitindo aqueles que fizeram o pedido da melhoria. Ironicamente, quando o setor cresceu e passou a produzir ainda mais, o salario reduziu em 50%. Ou seja, mais trabalho por menos! O mais triste disso é que os boias-frias só estão participando dessa realidade por falta de outras oportunidades. Esse é mundo capitalista que todos nós estamos vivenciando. Segundo o promotor de justiça Marcelo Goulart, problema é social e também ambiental: “A questão é o padrão de produção agrícola que concentra propriedade e que gera problemas ambientais e sociais além de concentrar riquezas e poder político”. É que acham que o álcool vai ajudar no planeta sendo um combustível alternativo, mas a verdade é que as queimadas e o emprego dos fertilizantes no ambiente podem ser muito mais danosos do que os derivados do petróleo. Até que ponto vamos fingir que esta é a melhor opção? A verdade é que devemos mudar o sistema de produção, e devemos procurar um modo alternativo de agricultura que realmente não seja danoso ao ambiente.


O vídeo abaixo fala sobre a agroecologia - uma opção forte para termos uma relação saudável com o meio ambiente – um projeto que também procura melhorar a renda (assim como a condição de vida) dos trabalhadores rurais:

http://www.youtube.com/watch?v=MmTkVVP2O94

“Ecologicamente correto, socialmente justo, culturalmente aceito e economicamente viável”

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